A atriz Ariclê Peres, uma das figuras mais queridas da dramaturgia brasileira, foi encontrada sem vida em seu apartamento em São Paulo, em um trágico incidente que chocou o Brasil. A artista, de 62 anos, deixou um legado impressionante nas artes cênicas, mas sua partida abrupta revela uma batalha silenciosa contra a depressão que poucos conheciam.
Ariclê, que encantou o público em mais de 40 peças teatrais e diversas novelas de sucesso, como “Anjo Mal” e “Memorial de Maria Moura”, foi encontrada no dia 26 de março de 2006, apenas dois dias após sua última aparição na minissérie “JK”. A suspeita inicial é de suicídio, um desfecho doloroso que levanta questões urgentes sobre saúde mental e o impacto do estigma que envolve essas discussões.
Nascida em Campinas, em 7 de setembro de 1943, Ariclê começou sua carreira no teatro em 1967 e rapidamente se tornou uma presença marcante nas telinhas, especialmente na Rede Globo. Sua interpretação da sofisticada Elisinha Jordão deixou uma marca indelével na memória do público. No entanto, por trás do sorriso e da elegância, havia uma luta interna que culminou em sua trágica queda do 10º andar de seu apartamento.
Amigos e colegas do meio artístico lamentaram sua perda, comparecendo ao cemitério Jet Semman para prestar suas últimas homenagens. Entre eles, nomes como Sérgio Mambert e Denise Delvequio, que expressaram sua dor e surpresa diante da notícia. A última cena de Ariclê, onde sua personagem morre, parece agora uma cruel ironia do destino.
A partida de Ariclê Peres não é apenas uma perda para o mundo das artes, mas um chamado urgente para que a sociedade olhe com mais atenção para a saúde mental. Sua história é um lembrete da fragilidade da vida, mesmo para aqueles que brilham sob os holofotes. Que seu legado inspire uma conversa aberta sobre as batalhas invisíveis que muitos enfrentam, e que sua memória continue a brilhar através de suas inesquecíveis atuações.