ISRAEL ANUNCIA PLANO DE OCUPAÇÃO TOTAL DA GAZA – WALID RABÁ
Em um momento de tensão crescente, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou sua intenção de promover a ocupação total da Faixa de Gaza, intensificando a ofensiva militar contra os palestinos. Durante uma visita a uma instalação militar, Netanyahu declarou que é necessário “concluir a derrota do inimigo em Gaza”, libertar todos os reféns e garantir que Gaza não represente mais uma ameaça a Israel. O anúncio, que ocorre em meio a críticas da ONU e da União Europeia, foi precedido por uma reunião de gabinete agendada para hoje, onde o governo discutirá os próximos passos da operação.
Walid Rabá, presidente da Federação Árabe Palestina no Brasil, ressaltou que a ocupação já existe, caracterizada pelo bloqueio aéreo, marítimo e terrestre, além do controle rigoroso sobre a entrada de alimentos e medicamentos. Rabá denunciou que a situação se agrava com o aumento alarmante do número de mortos e feridos, com mais de 73 mil palestinos exterminados e cerca de 159 mil feridos, muitos sem acesso a tratamento médico.
Os dados são perturbadores: em apenas seis dias, a média diária de mortes quase dobrou, e a capacidade reprodutiva da sociedade palestina está em colapso, com um declínio de 41% nos nascimentos em relação ao ano anterior. O cenário em Gaza se assemelha a um genocídio, com a população sendo sistematicamente eliminada.
Além disso, há resistência dentro do próprio governo israelense sobre a estratégia de ocupação total, com o chefe do Estado Maior, Eyal Zamir, alertando que isso poderia colocar em risco a vida dos reféns e sobrecarregar as forças armadas. No entanto, Netanyahu parece determinado a prosseguir, mesmo diante de uma crescente oposição internacional e de um movimento de reconhecimento do Estado Palestino por diversos países.
A situação é crítica e exige uma resposta urgente da comunidade internacional. A pressão sobre Israel está aumentando, mas o tempo é essencial para evitar um desastre humanitário ainda maior. A população de Gaza vive um pesadelo sem precedentes, e o mundo deve agir antes que seja tarde demais.