“CHORAVAM NOS CORREDORES, NÃO TINHA NEM CAMARIM”: OS BASTIDORES DO FIM DA NOVELA BRIDA
Um dos maiores fiascos da teledramaturgia brasileira, a novela “Brida” chegou ao fim de forma abrupta, deixando um rastro de desespero e frustração entre os atores e equipe. A trama, que estreou em 11 de agosto de 1998, prometia ser um marco na televisão, mas a crise da Rede Manchete transformou o sonho em pesadelo.
Nos bastidores, a situação era caótica. “Choravam nos corredores”, revelaram atores, enquanto a emissora enfrentava demissões e problemas financeiros. A falta de camarins e condições adequadas de trabalho tornaram-se evidentes, com artistas sendo revistados para evitar furtos. O clima de tensão era palpável, e as expectativas que cercavam “Brida” rapidamente se desvaneceram.
A novela, baseada na obra de Paulo Coelho, tinha tudo para ser um sucesso. No entanto, as mudanças constantes de elenco e a pressão por resultados imediatos só pioraram a situação. Após apenas 54 capítulos, a trama foi cancelada, e os atores, que esperavam um futuro promissor, se viram sem salário e à mercê da Justiça, buscando o que lhes era devido.
O diretor Walter Avancini, já debilitado, foi forçado a fazer alterações drásticas na história, mas nada foi capaz de salvar a produção. “Brida” foi uma aposta arriscada da Manchete, que buscava recuperar sua audiência, mas o resultado foi desastroso. Com o cancelamento, a reprise de “Pantanal” tomou seu lugar, deixando os atores em um limbo profissional.
O desfecho trágico de “Brida” não apenas encerrou uma era na televisão, mas também deixou marcas profundas nos envolvidos. A luta por salários e reconhecimento continua, enquanto os ecos de uma novela que prometia muito ainda ressoam na memória de quem a viveu.